Michel Temer convence Bolsonaro que recua e declara paz 

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criou uma crise entre os três poderes nos atos de 7 de Setembro, na qual ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF) e diretamente o ministro Alexandre de Moraes, que chegou a ser xingado de “canalha”. Na quinta-feira (09/09), Bolsonaro mandou um avião da frota presidencial para buscar o ex-presidente Michel Temer (MDB), em São Paulo, para intermediar a apaziguação entre os poderes. Após encontro, Bolsonaro declarou paz e disse que o discurso golpista, aconteceu no calor do momento. 

A reunião entre Bolsonaro e Temer aconteceu no Palácio do Planalto, onde o ex-presidente colocou o chefe do executivo e o ministro Alexandre de Moraes para conversarem por telefone. Em seguida, convenceu Bolsonaro a  divulgar um "manifesto de pacificação", intitulado "Declaração à Nação", redigida por Temer e aprovada pelo atual presidente.

Com o recuo de Bolsonaro a economia reagiu imediatamente, com impacto positivo na Bolsa de Valores, que teve uma alta de 2%. O Ibovespa chegou a atingir 4 mil pontos entre a máxima e a mínima, fechando o dia com ganho de 1,72% - O dólar sofreu queda, desvalorizando 1,84% e fechou em R$5,22. 

“Eu estou ajudando a pacificar o país. Até pelo tom da nota, ela é de harmonia entre os poderes. Não fiz mais do que venho fazendo em toda a minha vida pública”, afirmou o ex-presidente, a jornalista Denise Rothemburg, do Correio Braziliense.

Leia nota na íntegra:

"Declaração à Nação”

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

  1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.
  2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
  3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.
  4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.
  5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.
  6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

 

 

 

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