O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) convocou seus defensores a ocuparem as ruas no dia 7 de Setembro, em manifestações pró-governo. Partidos de esquerda também convocaram a militância a ocuparem as ruas na mesma data, contra as ações do atual presidente. O Brasil, que comemora 199 anos de independência, se sentiu na obrigação de continuar gritando por liberdade, mas desta vez dividido entre duas frentes, uma de ameaças à democracia, ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao sistema eleitoral, do outro lado, propostas de combate à fome e ao desemprego.
Bolsonaro não conseguiu um mar de gente como era esperado. Segundo dados das Forças de Segurança Pública, ao menos 100 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Na avenida Paulista, em São Paulo, o público chegou a 120 mil. Já no Vale do Anhangabaú, 15 mil pessoas participaram da manifestação “Fora Bolsonaro”, organizadores falam em 50 mil participantes.
Com tom agressivo, o presidente disparou críticas à Corte do STF, especialmente ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, e afirmou que não cumprirá mais determinações impostas pelos magistrados. O prédio do STF chegou a ter sete tentativas de invasões durante as manifestações no Planalto Central. Houve muita confusão entre os próprios manifestantes, que se dividiram entre os que apoiavam a invasão e outros contrários. Bombas de efeitos morais foram utilizadas para conter o ato criminoso, uma mulher ficou ferida.
Para o atual presidente, o STF não cumpre a Constituição Federal, mas ele mesmo acaba descumprindo a lei fundamental e suprema do Brasil, quando coloca a população contra as Instituições Públicas. Bolsonaro ainda defende o voto impresso e garante que o processo eleitoral no país, não é confiável.
No período da tarde, Bolsonaro participou das manifestações na cidade de São Paulo. Na avenida Paulista, tornou a atacar o STF, dizendo que a caneta não irá tirá-lo da presidência, que só há três alternativas: morto, preso ou com vitória. “Quero dizer para aqueles canalhas, que nunca serei preso”, desafiou Bolsonaro. “Só Deus me tira de lá”, completou o presidente.
Ato em São Paulo contra Bolsonaro
Partidos de esquerda também reuniram-se e ocuparam o Vale do Anhangabaú, contra as ações do presidente que acusam de genocida pelo descaso no combate a Covid-19, que matou quase 600 mil pessoas no Brasil, além de fascista pelos discursos que conclamam golpe e desobediência a Justiça.
A presidente do PT e deputada federal, Gleise Hoffmann em seu discurso, defendeu atos a favor da democracia, trabalho e renda. Disse ainda que as manifestações pró-Bolsonaro foram aquém do que o presidente esperava.
Já Guilherme Boulos (PSOL) encorajou o público a continuar lutando por democracia. Enfatizou que a rua não é lugar de fascistas e sim de representantes da população, que o país não precisa de ataque às urnas eletrônicas, mas de combate à fome, do preço do feijão e não quanto custo um fuzil.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) também participou do ato e criticou Bolsonaro pela convocação do 7 de Setembro, que dividiu o país no dia da independência, que pessoas teriam ocupado a avenida Paulista, para defender fascismo e tortura.
As manifestações na capital paulista terminaram às 17h, conforme combinado com as Forças de Segurança do Estado.
7 de Setembro: Brasil dividido entre ameaças e propostas
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