Na noite desta sexta-feira, 22, sob as luzes do Teatro Municipal Luiz Gonzaga, a primeira noite do FestJan — Festival de música de Jandira — foi marcada por um turbilhão de emoções. Enquanto a música ecoava no ar, um luto profundo pairava sobre todos os presentes.
Hoje também ocorreu o sepultamento de Rogério Pereira de Oliveira, o querido Borracha, membro da Secretaria de Cultura de Jandira, que se juntou a Dom Edy, que partiu dias atrás.
A equipe da cultura, ainda envolta em tristeza, compareceu ao enterro e, em seguida, retornou ao evento com os olhos vermelhos e inchados, reflexo da dor que carregavam. Ver aqueles rostos conhecidos, marcados pela perda, era devastador. O diretor de cultura, Brando Oliveira, lutava contra a emoção, sua voz embargava diversas vezes enquanto tentava falar sobre o festival. Ao seu lado, Eduardo Segantine, secretário de Cultura e Turismo do município de Jandira, disfarçava as lágrimas que insistiam em brotar, enquanto Bete, sentada nas primeiras cadeiras, se debulhava em prantos. O ambiente estava carregado de sofrimento, mas, mesmo assim, a música não poderia parar — e não parou.
Os artistas, com imenso talento, subiram ao palco e trouxeram suas composições, cada uma impregnada de significados e sentimentos. Cantores de Jandira e de outros estados se apresentaram, transformando a dor em arte. Cada canção era uma homenagem, um eco de amor ressoava na memória dos que partiram. Foi uma noite linda, mas ao mesmo tempo triste e difícil, uma dança entre a alegria da música e a melancolia da perda.
As histórias contadas através das letras eram um alento para as almas feridas. Algumas falavam sobre a alegria do nascimento de uma filha, outras gritavam ao vento sobre a natureza em sofrimento, e muitas pareciam refletir a batalha interna de quem busca encontrar luz em meio à escuridão. Cada artista, com sua interpretação única, trazia um pedaço de esperança, mostrando que, mesmo na dor, a arte pode nos unir e nos confortar.
O FestJan, apesar de sua carga emocional, se tornou um espaço de resiliência. A música, como sempre, se mostrou um remédio poderoso, capaz de curar corações despedaçados e lembrar a todos nós que, mesmo em tempos difíceis, a vida continua a ser celebrada.
Enquanto a noite se desenrolava, ficava claro que a verdadeira beleza do festival estava não apenas nas apresentações, mas na força da comunidade que se reunia para honrar a memória de Borracha e Dom Edy. A final e premiação, programadas para o domingo, dia 24, se aproximavam, trazendo a expectativa de mais emoções. Mas, naquela primeira noite, todos aprenderam que, mesmo sob o peso do luto, a música é um tributo à vida e ao amor que nunca se apaga.